A UIT, agência especializada da ONU para telecomunicações, divulgou um relatório que coloca o Brasil em quinto lugar no ranking mundial de tarifas de celular. Por um lado, a notícia é boa: ano passado, tínhamos a tarifa mais cara do mundo. Por outro, isto ainda é muito: Hamadoun Touré, secretário-geral da UIT, diz que o principal problema do Brasil no setor de telecomunicações é o alto preço dos serviços – e a culpa é dos impostos.
O Brasil tem a quinta maior tarifa de celular do mundo em paridade de poder de compra (PPC), um valor que considera o nível de preços de cada país. Ano passado, estávamos no infeliz primeiro lugar; este ano, passaram à nossa frente Peru, Turquia, Malta e Bulgária. Na telefonia fixa, estamos numa posição melhor: 42° lugar (em PPC), entre os 165 países classificados pela UIT. A UIT considera uma cesta de serviços de telefonia para elaborar o ranking.
Mesmo usando outra métrica – quanto se gasta em telefonia em relação à renda per capita – ainda ficamos mal: neste caso, temos a 41° tarifa mais cara de celular, e a 53° mais cara no fixo.
Hamadoun Touré, em palestra na Anatel, disse que a culpa dos preços altos não é das operadoras, nem dos impostos federais, e sim dos impostos estaduais: “o Brasil tem os maiores impostos locais [estaduais] do mundo no setor, e isso prejudica a sua imagem”, diz Touré. Ele disse que em países onde impostos estaduais altos foram reduzidos, como Bangladesh e Paquistão, a receita não caiu porque o uso dos serviços aumentou.
Nós estamos falando mais ao celular, e as tarifas de celular vêm caindo no Brasil – mas, pelo visto, ainda pagamos caro demais. [UIT via Agência Brasil via IDG]
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